Céu cinza, mar sombrio, água batendo forte nas pedras e um ronco ensurdecedor vindo das docas. Sem entrar no mérito da função ou necessidade dos quartéis, aqueles seres discutiam superficialmente sobre o tema gestão de pessoas em ambiente de polícia militar. O contexto era século XXI. A razão estava sentada à beira do rio mais largo que havia naquelas bandas. Era novembro de um ano repleto de acontecimentos estranhos entre os seres humanos, desde campanhas humanitárias a guerras santas e homens-bomba ao redor do mundo. Ao seu lado, ninguém. Ninguém - O que preciso para conhecer a dinâmica e o funcionamento dos quartéis? Razão – Certamente não recomendaria optar por uma breve pesquisa no meio militar. Provavelmente não chegarias à conclusão muito diferente de uma baita sensação de perda de tempo. Ninguém – Sério? Por quê? Razão - Primeiro porque deparar-se-ia com um ambiente onde forças que, em tese, deveriam estar imbuídas no desenvolvimento do aquartel
Hevaldo puxou o ar com força pelo nariz, desentupindo-o por dentro; em seguida, puxou um pigarro das profundezas e cuspiu o catarro no chão ao seu lado, sem a menor cerimônia. Passou a língua pelos dentes, olhando ao redor, para a área vazia embaixo da árvore, o chão de terra batida e a barraquinha que Elias chamava de bar, aquele salafrário ladrão. Palmeou as mãos na mesa áspera num gesto controlador. Inspirou gravemente. Na cabeça, pensamentos desconexos sobre como o mundo estava perdido, como todos naquele povoado eram devassos, fracos ou fofoqueiros - ou mais de uma dessas coisas ao mesmo tempo -, como a vida lhe era difícil e como seus filhos eram todos imprestáveis. No rosto, sucedidas expressões de desagrado e raiva acompanhavam os pensamentos. Hevaldo pegou o copo de cerveja já pela metade e o virou bruscamente na goela, fazendo uma careta em seguida e limpando a boca com as costas da mão, exageradamente. Deu um tapa violento na mesa e pediu a conta num grito gro